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domingo, 3 de junho de 2012

Reflexão Critica


“ É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer. “
Aristóteles

Penso que esta frase é o verdadeiro espelho da essência de um estágio curricular de aprendizagem, pois é ao colocar em prática os nossos ensinamentos teóricos, que nós aprendemos realmente a fazer aquilo que nos compete enquanto futuros Técnicos de Saúde Ambiental. Desengane-se quem pensa que a aprendizagem e os conhecimentos adquiridos durante as aulas lecionadas ao longo de quase 4 anos são suficientes para começar a atuar como um Técnico de Saúde Ambiental. A verdade é que essa teoria aprendida e assimilada no decorrer das aulas foi fundamental e imprescindível para nos preparar para este estágio final, contudo, grande parte das nossas competências enquanto profissionais só são aprendidas e compreendidas quando são colocadas em prática, visto haver sempre em qualquer área de estudos, um grande desfasamento entre a teoria e a prática. Ao longo dos 3 meses que vivenciei enquanto estagiária na Câmara Municipal de Beja, foi possível fazer trabalho de campo e atuar em algumas áreas que na escola apenas abordamos o conteúdo teórico pois não foi possível colocar em prática no decorrer das aulas. Durante esta longa caminhada de aprendizagem abordámos diversas áreas de atuação, nomeadamente: a gestão de resíduos, as vistorias a diversos estabelecimentos, as campanhas de sensibilização/ educação ambiental sobre a biodiversidade, eco-conselhos e dejetos caninos, e a realização de vários documentos informativos para colocar no site da Câmara Municipal.

Foram, sem dúvida, 3 meses recheados de trabalho que prontamente realizei com a maior dedicação e vontade de aprender. Aceitei e encarei todos os desafios que vinham em minha direção, como uma prova a superar, uma oportunidade de mostrar quais são os meus conhecimentos e até que ponto consigo realizar tarefas de forma autónoma. Como qualquer estágio que mereça ser chamado de estágio, este foi bastante trabalhoso e repleto de objetivos a atingir, objetivos estes que penso e espero ter atingido, pois a minha dedicação e vontade de aprender nunca desvaneceu. Ao contrário de alguns colegas meus, eu não realizei o estágio sozinha, pois estive sempre acompanhada pela minha colega Carina Guerreiro durante esta longa caminhada e o seu apoio, companheirismo e amizade foram essenciais todos os dias para me dar motivação, do mesmo modo que eu a motivava a ela e nos ajudávamos mutuamente em várias atividades realizadas ao longo do estágio. Durante esta etapa da vida académica, foi possível comprovar que a Saúde Ambiental é, de facto, um mundo repleto das mais variadas atividades e pude abordar áreas em que gosto particularmente de atuar, tais como a segurança alimentar, bem como abordar outras áreas em que pensei não me sentir tão à vontade, mas que fui surpreendida pela positiva ao colocá-las em prática. De este estágio, levo uma boa experiência de aprendizagem e ótimas recordações de todas as pessoas com quem contactava diariamente e que me acolheram de braços de abertos desde o primeiro dia.

Após todos os momentos vividos durante este estágio, não posso deixar de agradecer a todas as pessoas que tornaram possível esta experiência. Primeiramente, quero agradecer ao professor Rogério Nunes que é o docente responsável pela unidade curricular estágio de aprendizagem IV. Quero agradecer também à Engenheira Cláudia Videira que nos acompanhou e orientou durante o estágio, proporcionando-nos diversas atividades em várias áreas de atuação de modo a conseguirmos tocar em diversos pontos saúde ambiental. Também quero fazer um agradecimento à Médica Veterinária Municipal, a Dr.ª. Linda Rosa por sempre nos ter tratado como se fossemos também suas estagiárias e nos ter proporcionado algumas vistorias higio-sanitárias no decorrer da nossa estadia pela Câmara. Não posso deixa de agradecer também à Engenheira Fátima pela sua simpatia e a todos os outros trabalhadores e auxiliares com quem mantive contacto diário ao longo de 3 meses. Na nossa vida passam imensas pessoas, umas que nos marcam pela positiva mais que as outras, e no final deste estágio levo comigo boas recordações de todos, mas em especial da Engenheira Cláudia por todo o apoio que nos prestou ao longo destes meses, nas mais variadas situações e por todas as palavras de motivação quando mais precisámos. Um grande obrigado à minha colega Carina Guerreiro com quem compartilhei esta aventura durante estes 3 meses, com ela partilhei as mais diversas vivências neste estágio e o seu apoio e motivação foram essenciais. Por último, mas não menos importante quero agradecer à minha família, pois são o meu porto de abrigo, sempre me apoiaram e me deram toda a força e motivação que necessitei ao longo destes 4 anos de licenciatura, sem o seu amparo não teria sido possível ultrapassar alguns obstáculos encontrados ao longo do caminho académico.

E é assim, com um grande obrigado a todos os mencionados acima, que me despeço deste blogue, que espero que tenham acompanhado com gosto, pois dediquei-me ao máximo e dei sempre o meu melhor para expor aqui as atividades realizadas no decorrer do meu estágio na Divisão de Serviços Urbanos da Câmara Municipal de Beja.



Parabéns a todos os meus amigos e colegas de turma que me acompanharam nesta aventura que é a Licenciatura em Saúde Ambiental. Foram 4 anos de muito esforço, trabalho, companheirismo e alegria, por isso PARABÉNS A TODOS! 

A satisfação está no esforço e não apenas na realização final”.
Gandhi




Décima Segunda, Décima Terceira e Décima Quarta semana – de 14 de Maio a 1 de Junho


Caros leitores, esta será a ultima atualização que irei colocar no blogue, visto ser referente às três últimas semanas de estágio. Parece que foi há bem pouco tempo que iniciei o meu percurso enquanto estagiária na Câmara Municipal de Beja, e agora estou prestes a partilhar convosco as últimas experiencias que vivi neste local de estágio que me acolheu tão carinhosamente ao longo de, aproximadamente, 3 meses. Antes de mais, quero informar-vos que nesta publicação estão incluídas três semanas de estágio em simultâneo, pois no decorrer dessas semanas as atividades realizadas tiveram todas a mesma finalidade: idealizar, preparar e colocar em prática atividades lúdicas no Jardim Público de Beja, para comemorar o Dia Mundial da Criança, que em Portugal se celebra no dia 1 de Junho.

Todos os anos é hábito ser celebrado este dia dedicado em especial às crianças, e como tal são sempre realizadas várias atividades apelativas aos mais novos ao longo dia, estando presentes várias entidades nesta celebração. Uma das entidades que este ano voltou a marcar presença foi a Câmara Municipal de Beja. Contudo, antes de passar a dissertar sobre as ações desenvolvidas neste dia, é necessário falar um pouco sobre todo o trabalho desenvolvido anteriormente para que tudo estivesse devidamente planeado e operacional no Dia Mundial da Criança.

Para as atividades deste dia não foi necessário realizarmos um jogo pois a CMBeja utiliza já há vários anos um jogo semelhante ao tradicional “Jogo da Glória”. O jogo utilizado é dedicado a alguns temas referentes ao ambiente, tais como: os dejetos caninos, a natureza (jardins e flores), resíduos e reciclagem (ecopontos). É constituído por 20 casas, sendo algumas delas casas nas quais é necessário responder a uma pergunta ou fazer uma atividade relacionada com o tema ilustrado na casa em questão. Deste modo, após termos recebido esta informação, eu e a minha colega Carina passámos prontamente a realizar as regras dos jogo, bem como as perguntas e atividades a realizar ao longo do jogo. 

Regras do Jogo
As turmas são divididas em 4 ou 5 grupos (cada grupo é composto por 5 elementos), sendo um membro de cada grupo responsável pelo lançamento do dado, outro é o peão e avança as casas do jogo. Todos os restantes irão responder às perguntas e participar nas atividades lúdicas.
A primeira equipa a chegar ao final do jogo, é a vencedora. No final, as equipas vencedoras irão receber uma pequena lembrança.
                                                       
Perguntas ou atividades de cada casa ilustrada:

  • Casa em que o dono apanha o dejeto do cão com um saco - o peão avança 2 casas;


  • Casa do cão com trela - é feita a seguinte pergunta ao jogador: “Quando o dono passeia o seu cão na rua, deve apanhar os dejetos com um saco porque estes transmitem doenças e poluem o ambiente?”

Se o jogador acertar avança 3 casas, caso contrário fica uma vez sem jogar.


  • Casa do cão com o dejeto no chão que o dono não apanhou - é realizado um jogo no qual os jogadores visualizam várias imagens de donos a passear os cães, alguns recolhem os dejetos dos cães e outros não. Os jogadores devem identificar quais as imagens corretas. (Ver Figura 2).


  • Casa com o Molok - é feita a seguinte pergunta ao jogador: “O que não deve ser colocado no Molok? Restos de comida, garrafas de plástico ou terra?”

Se o jogador acertar, avança 2 casas e se errar recua 1 casa.

  • Casa com os ecopontos – é perguntado aos jogadores porque é importante reciclar e de seguida têm que identificar corretamente os ecopontos (amarelo – plástico e metal, verde – vidro, azul – papel). Seguidamente é realizada uma atividade na qual são dados vários resíduos recicláveis aos jogadores e estes devem colocar os resíduos nos ecopontos corretos. (Ver Figura 1).


  • Casa com os resíduos - Um membro da equipa tem que completar corretamente um puzzle, acompanhado da imagem do mesmo, de modo a auxiliar a tarefa. (Ver Figura 1).


  • Casa da árvore e das flores - os jogadores têm que realizar um mini-jogo, o “Jogo das palavras”. Neste pequeno jogo, um jogador retira um cartão, no qual está escrita uma das seguintes palavras: flor, jardim, árvore, pássaro. Este jogador não pode dizer a palavra que está escrita no cartão, pois tem que dar 3 pistas aos restantes jogadores para estes adivinharem qual é a palavra do cartão. (Ver Figura 2).


Se os jogadores acertarem, avançam 1 casa e se errarem recuam 1 casa


Após ter exposto as regras do jogo, é necessário sublinhar que todas as atividades (ecopontos, puzzle, jogo das imagens e jogo das palavras) foram realizadas por mim e pela minha colega Carina. Apresento de seguida algumas imagens com as atividades/jogos elaboradas por nós.

Figura 1 - Ecopontos para a realização da reciclagem de resíduos (à esq.) e puzzle alusivo aos ecopontos (à dir.).

Figura 2 - Jogo das palavras (à esq. e centro) e jogo das imagens corretas e erradas sobre os dejetos caninos.

Seguidamente, disponibilizo algumas imagens do Jogo realizado no Jardim Público no Dia Mundial da Criança.

Figura 3 - Jogo realizado no Jardim Público no Dia Mundial da Criança.

Figura 4 - Imagens das equipas a realizarem o jogo.

Figura 5 - Equipa a realizar a atividade da identificação dos ecopontos e colocação dos resíduos nos ecopontos corretos (à esq.) e mesa dos brindes para oferecer às equipas vencedoras (à dir.).



Figura 6 - Equipa a realizar a atividade da construção do puzzle alusivo à temática da reciclagem de resíduos (à esq.) e fotografia de todos os estagiários que fizeram com que fosse possível desenvolver todas as atividades ao longo deste dia: Eu, Carlos, David, André e Carina (à dir.).

Como foi referido anteriormente, eu e a minha colega produzimos vários brindes/lembranças para entregar no final do jogo às equipas vencedoras de cada turma. Durante a realização destes brindes pudemos contar com a ajuda preciosa de 3 novos estagiários da Escola Secundária de Castro Verde (Carlos, André e David), que iniciaram o seu estágio na nossa última semana de estágio. Todos eles foram bastante prestáveis na execução destes brindes e como eramos 5, foi bastante mais fácil realizar esta tarefa. No total ficaram prontos 140 brindes, todos feitos com material reciclado (caixas de leite, caixas de fósforos, garrafas de plástico e rolos de papel higiénico). Confesso que esta foi uma tarefa bastante trabalhosa pois não tinha qualquer experiência nas artes manuais com materiais reciclados, no entanto, a tarefa correu muitíssimo bem e gostei imenso de realizar estes brindes na companhia dos meus colegas.

Apresento abaixo imagens dos brindes que realizámos para entregar às equipas vencedoras.

Figura 7 - Carteiras feitas a partir de caixas de leite (à esq.), caixas para guardar joias feitas com caixas de fósforos (centro) e flores feitas com o fundo das garrafas de plástico e palhinhas (à dir.).

Figura 8 - Recipientes para lápis e canetas para colocar na secretária feitos com caixas de leite (à esq.) e com rolos de papel higiénico (à dir.).


Este foi um dos meus dias favoritos no decorrer deste estágio pois foi um dia cheio de diversão, que nos proporcionou bons momentos de convívio com as crianças e ao mesmo tempo, foi possível transmitir-lhes algumas informações importantes sobre o nosso meio ambiente e como podemos e devemos protege-lo. É relevante referir que este dia foi celebrado no meu último dia de estágio, o que tornou todo o dia muito mais especial pois levei comigo esta boa recordação deste último dia de estágio tão animado e interativo. Foram 3 meses repletos de muitas atividades e vivencias, agora que chegou o fim, vejo que passou realmente muito rápido e que estes 3 meses foram bastante enriquecedores para a minha formação académica.

A próxima publicação será a última, pois irá conter a minha reflexão crítica final, na qual irei fazer um balanço destes 3 meses de estágio que já chegaram ao fim. Estejam atentos à publicação da despedida, estimados leitores.


sexta-feira, 1 de junho de 2012

Décima e Décima Primeira semana - de 30 de Abril a 11 de Maio


Estimados leitores, chegou o dia de publicar mais uma atualização do blogue referente às atividades realizadas no decorrer das duas semanas de estágio mencionadas acima no título.

Ao longo destas duas semanas eu e a minha colega Carina tivemos a iniciativa de proceder à realização de um Plano de Gestão de Resíduos para o Mercado Municipal de Beja.  Esta iniciativa surgiu da necessidade de alertar os funcionários e os responsáveis do Mercado para os problemas que podem advir de uma incorreta ou inexistente gestão de resíduos, com a agravante de se tratar de um local de comércio e venda de produtos alimentares. Deste modo, foram efetuadas algumas visitas ao local com o intuito de averiguar quais os tipos de resíduos produzidos diariamente pelos comerciantes, e ao mesmo tempo verificar se é ou não realizada a separação dos resíduos diferenciados dos indiferenciados. Antes de passar a expor a avaliação das situações observadas no local, passo a fazer uma breve caraterização do local de modo a fazer o enquadramento da temática em questão.

O Mercado Municipal de Beja localiza-se numa zona mista da cidade, isto é, numa zona habitacional onde existe atividade comercial, sendo constituído por dois pisos (0 e 1) e por um pátio interior descoberto. No seu interior, o Mercado Municipal contém várias zonas divididas por sectores comerciais diferentes, nomeadamente: pescado, hortofrutícola, lojas, Minipreço e produtos de artesanato no pátio interior descoberto. Em todas estas zonas são produzidos resíduos diariamente no decorrer da atividade comercial, sendo essencialmente apenas produzidos dois tipos de resíduos neste local: os resíduos sólidos urbanos e os resíduos sólidos urbanos institucionais. De acordo com o Decreto-Lei nº 178/2006 de 5 de Setembro:

  • Resíduos sólidos urbanos - são intrínsecos a toda a população pois são todos os resíduos provenientes das habitações, bem como outros resíduos semelhantes ou equiparados a este, quer pela sua natureza ou composição, sendo por isso também designados de resíduos domésticos. Existem várias classificações para os diversos produtos dos resíduos sólidos urbanos.
  • Resíduos sólidos urbanos institucionais - são classificados como “institucionais” devido ao facto de estes serem produzidos num serviço ou instituição a cargo do Estado, como é o caso do Mercado Municipal. Esta classe de resíduos é bastante semelhante à dos resíduos sólidos urbanos ou domésticos, isto é, são resíduos orgânicos e inorgânicos produzidos em áreas habitacionais e estabelecimentos comerciais.


A grande maioria dos resíduos produzidos neste local de comércio são resíduos orgânicos oriundos dos desperdícios e sobras de géneros alimentícios que são vendidos, bem como as miudezas do peixe na zona do pescado, as verduras na zona da hortofrutícola e papel/caixas de papelão e plásticos provenientes das várias lojas e cafés que se inserem no Mercado. Neste local não é efetuada a separação dos resíduos diferenciados dos indiferenciados, sendo deveras importante salientar que os resíduos orgânicos são facilmente putrescíveis devido à sua rápida decomposição, especialmente nas épocas em que surgem temperaturas mais elevadas, tais como a Primavera e o Verão e tendo em conta a área geográfica da cidade que se situa no Baixo Alentejo.

Face a esta situação, é indispensável propor que seja implementado um eficaz Plano de Gestão de Resíduos no local, visando controlar a quantidade e o tipo de resíduos produzidos diariamente, através da promoção da correta separação dos resíduos produzidos, de modo a sensibilizar os trabalhadores para esta problemática e ao mesmo tempo estimular uma prática regular de separação. Desta forma serão melhoradas as boas práticas por parte dos funcionários, o que se irá refletir na redução dos problemas que a má ou incorreta gestão de resíduos pode causar não só no ambiente, mas também na saúde da dos trabalhadores do Mercado e da população em geral. Para além do Plano de Gestão de Resíduos, eu e a minha colega elaborámos tabelas onde são descritas algumas boas práticas a adotar relativamente aos resíduos e às pragas e roedores que podem se atraídos ao local caso os resíduos não sejam alvo de uma correta gestão.

Figura 1 - Tabela com as boas práticas a adotar no local.

Figura 2 - Tabela com alguns sinais da presença de pragas e consequentes danos causados.

No Plano de Gestão de Resíduos por nós elaborado, são também enunciadas algumas necessidades do local e propostas de melhorias a cumprir de modo a garantir o correto funcionamento deste local de comércio. De seguida apresento o trabalho elaborado por mim e pela minha colega, em formato pdf. (Clique no link para aceder ao documento).



No decorrer destas duas semanas tivemos também a oportunidade de realizar outras atividades, tais como a elaboração de um pequeno livro informativo em formato digital, visando a sensibilização da população para a problemática dos dejetos caninos. Este pequeno livrinho irá ser colocado no site da CMBeja para estar disponível a todos os cidadãos interessados, uma vez que este é um grave problema na cidade Beja. Podem visualizar pequeno livro informativo abaixo, em formato pdf(Clique no link para aceder ao documento).



Foi também realizado, a pedido da Eng.ª Cláudia, um apanhado geral de apenas uma folha referente aos eco-conselhos (publicação da segunda e terceira semana de estágio – de 5 a 16 de Março). Este apanhado tem como finalidade resumir a informação sobre os eco-conselhos de modo a facilitar a leitura da informação por parte dos leitores. Esta informação também será publicada no site da Câmara.

Figura 3 - Eco-Conselhos para o quotidiano.


Para finalizar, nesta última semana a Engª Fátima, responsável pela Divisão de Zonas Verdes, pediu-nos para nos deslocarmos ao Jardim Público a fim de realizar um inquérito a várias pessoas que frequentem este local de passeio e convívio. Os inquéritos tinham a finalidade de averiguar se a população está ou não satisfeita com as modificações feitas ao Jardim Público no ano passado. Apresento de seguida o inquérito realizado por mim e pela minha colega Carina.


Figura 4 - Inquérito referente às modificações do Jardim Público de Beja.

Como podem constatar, estas semanas foram repletas de atividades que eu e a minha colega prontamente nos dedicámos a realizar com todo o gosto. Foram dias recheados de trabalho que no final compensou, pois vimos o nosso esforço reconhecido pela Engª Cláudia e pela Engª Fátima, que ficaram bastante satisfeitas com o nosso empenho.
Dentro de poucos dias voltarei a atualizar o blogue com as atividades referentes às três últimas semanas de estágio.



Fontes:

Ambiprime. Plano de Gestão de Resíduos - http://www.ambiprime.com/plano-gestao-residuos.html

Agência Portuguesa do Ambiente. Plano Nacional de Gestão de Resíduos


Diário da República, Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro - http://dre.pt/pdf1s/2006/09/17100/65266545.pdf

domingo, 20 de maio de 2012

Oitava e Nona Semana - de 16 a 27 de Abril


Sejam bem-vindos novamente caros leitores, estou de volta para partilhar convosco mais uma atualização referente a duas semanas de estágio. A razão que me levou a juntar estas semanas numa única publicação, deve-se ao facto das atividades realizadas ao longo destas duas semanas terem sido referentes à 29ª Ovibeja, pois na primeira semana foram efetuadas as checklist’s a utilizar nas vistorias que se realizaram na semana seguinte. Posto isto, e antes de passar a explicar as atividades desenvolvidas no decorrer destas duas semanas, torna-se importante fazer uma breve introdução sobre o que é a Ovibeja, de modo a fazer o enquadramento da necessidade da nossa atuação enquanto Técnicos de Saúde Ambiental nas vistorias higio-sanitárias realizadas neste evento.
A Ovibeja é um evento anual realizado na cidade de Beja, no qual se pode encontrar toda a diversidade e riqueza da cultura alentejana e nacional, é um local de muita festa, diversão e negócio que conta com expositores vindos de todas as regiões de Portugal. Neste evento são realizados concursos e exposições de gado, corridas de toiros, demonstrações equestres, artesanato, comércio, provas desportivas, exposições empresariais e institucionais preenchem a oferta do certame para além de uma intensa programação cultural, com espetáculos e concertos durante a noite. Como em qualquer evento destas proporções, alguns dos elementos imutáveis são os restaurantes e os bares que se encontram no interior do recinto, que prestam serviços de restauração e bebidas aos frequentadores da Ovibeja. Deste modo, torna-se estritamente necessário fazer o controlo da qualidade destas instalações que fornecem comida e bebida aos visitantes, sendo por isso crucial a realização de vistorias higio-sanitárias às instalações mencionadas.

De modo a organizar e estruturar as vistorias a efetuar, foi necessário realizar uma reunião na qual estiveram presentes a arquiteta Madalena da CMBeja, a veterinária municipal Dr.ª Linda Rosa, a técnica de saúde ambiental Dr.ª. Isabel Cansado da ULSBA (Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo), uma representante da ANPC (Autoridade Nacional de Proteção Civil) e o Sr. João Santos, representante da ACOS (Associação de Criadores de Ovinos do Sul). Nesta reunião ficou decidido que apenas se iriam realizar vistorias aos estabelecimentos de restauração e bebidas, ou apenas de bebidas, ou seja, apenas os restaurantes e bares presentes na Ovibeja iriam ser vistoriados, todos os outros locais de venda de sandes, bolos e bebidas (postos de venda de imperial) não iriam ser alvo de vistoria. Após serem delineados os locais a vistoriar, ficou decidido que eu e a minha colega Carina iriamos trabalhar em conjunto com a TSA Dr.ª. Isabel Cansado, o que nos deixou bastante entusiasmadas, pois pela primeira vez neste estágio iriamos estar a trabalhar com uma técnica de saúde ambiental, que conhece melhor do que ninguém quais as nossas capacidades e competências numa vistoria.
Para ser possível analisar corretamente todas as condições higio-sanitárias dos locais a vistoriar, é indispensável utilizar uma checklist na qual estão descritos todos os parâmetros a avaliar. Deste modo, eu e a minha colega Carina efetuamos duas checklist’s de acordo com a legislação vigente, uma para os estabelecimentos de restauração e bebidas e outra para os estabelecimentos de bebidas. 

Figura 1 - Checklist para estabelecimentos de restauração e bebeidas.
Figura 2 - Checklist para estabelecimentos de restauração e bebidas. (Continuação)

Figura 3 - Checklist para estabelecimentos de bebidas.

Figura 4 - Checklist para estabelecimentos de bebidas.

Contudo após a análise detalhada das checklists e tendo em conta que se iriam vistoriar estabelecimentos temporários, foi decidido em conjunto com a Dr.ª Isabel, que seria melhor e mais adequado utilizar uma checklist referente a este tipo de instalações amovíveis e/ou temporárias. Assim, a checklist eleita para ser utilizada nas vistorias foi a seguinte:
Figura 5 - Checklist para instalações amovíveis  e/ou temporárias.
Figura 6 - Checklist para instalações amovíveis e/ou temporárias. (Continuação)

Deste modo, as vistorias foram realizadas com base na checklist escolhida, sendo todas as vistorias realizadas num único dia (sexta-feira dia 27 de Abril). No decorrer das vistorias, foi possível constatar que as anomalias encontradas eram comuns a todas as instalações, visto serem instalações temporárias, não apresentavam todas as condições necessárias e exigidas por lei. Tendo em conta as condições gerais dos espaços, nenhuma instalação apresentava graves anomalias susceptíveis de prejudicar o seu correto funcionamento, bem como o serviço prestado aos frequentadores deste evento.

Para premiar o restaurante com melhores condições, eu e a minha colega Carina decidimos elaborar um “Selo de Qualidade” para entregar aos responsáveis pelo restaurante eleito. Contudo, como as vistorias foram todas realizadas num único dia, não foi possível voltar ao recinto da Ovibeja para entregar o selo de qualidade ao restaurante vencedor. Apresento de seguida o selo de qualidade por nós elaborado:


Figura 7 - Selo de Qualidade.


Finalizadas as vistorias, eu e a minha colega Carina deslocámo-nos até à USP (Unidade de Saúde Pública) de modo a auxiliar a Dra. Isabel na realização do relatório de vistoria. Como referi anteriormente, as anomalias verificadas eram comuns a todas as instalações, assim sendo, foi realizado um relatório geral em vez de se realizar um relatório por instalação. Disponibilizo abaixo o relatório efectuado:








As vistorias realizadas neste dia foram muito importantes para mim enquanto Técnica de Saúde Ambiental estagiária, pois foi possível colocar em prática os conhecimentos que adquiri ao longo dos anos de estudo. Na minha opinião foi um dia bastante produtivo, um dos meus favoritos neste estágio.

Estimados leitores, brevemente irei estar de volta com novas atualizações. Espero que continuem a acompanhar o blogue!









sábado, 5 de maio de 2012

Sétima semana - de 9 a 13 de Abril


Olá novamente estimados leitores, volto a relembrar que esta atualização se refere às atividades realizadas ao longo da sétima semana de estágio, e não à sexta semana como seria suposto no seguimento da última atualização. A sexta semana de estágio não foi publicada, pois essa foi a semana de férias da páscoa e como tal, não houve estágio.

No decorrer desta semana de estágio, eu e a minha colega Carina Guerreiro participámos, em conjunto com a Dr.ª Linda Rosa, em vistorias e inspeções a 13 viaturas de transporte e venda de pão e afins (pastelaria e salgados) de uma empresa de panificação bastante conhecida em todo o Alentejo. Estas vistorias / inspeções foram realizadas após terem sido recebidos, na CMBeja, os documentos de requerimento de vistoria aos veículos, tendo como objetivo avaliar as condições gerais de asseio e limpeza das carrinhas de modo a garantir que estão a ser cumpridos todos os requisitos impostos pelo Decreto-Lei nº 286/86, de 6 de Setembro com as alterações impostas pelo Decreto-Lei nº 275/87, de 4 de Julho (parcialmente revogado pelo Decreto-Lei nº 65/92, de 23 de Abril). Os veículos de mercadorias destinados ao transporte de pão e afins não embalados, apenas podem efetuar o transporte desses géneros alimentícios e devem estar totalmente preparados para o efeito, possuindo caixa fechada e isolada da cabina de condução, dotada de ventilação mecânica. Esta caixa deve ainda ser de material imperecível duro ou metálico, sem forros permitindo o devido acondicionamento e transporte do pão, produtos de pastelaria e salgados. Para além destas condições impostas por lei, o Município de Beja tem também um Regulamento Municipal sobre a Venda Ambulante que define algumas regras referentes à prática desta atividade. Este regulamento encontra-se disponível no site da CMBeja.

Todas as viaturas de transporte de pão e afins devem estar devidamente identificadas com a seguinte inscrição: “transporte e venda de pão” ou apenas “transporte de pão”, conforme se aplique ao caso em questão. Por serem veículos de transporte de produtos alimentares, estes devem estar sempre em rigoroso estado de asseio e limpeza, sendo alvo de limpeza e desinfeções periódicas. Posto isto, ao longo das vistorias realizadas, foram inspecionadas várias viaturas isotérmicas e de refrigeração, estando todas em conformidade com os requisitos legais, apresentando também:
  • Estrados incorporados;
  • Sistema de HACCP e controlo de pragas,
  • Cortinas e piso antiderrapante nas viaturas de refrigeração destinadas a produtos de pastelaria. 
No final das vistorias foi possível constatar que todas as viaturas de transporte e venda de pão e afins, se encontravam em conformidade com as exigências impostas por lei, não sendo por isso necessário recomendar aos responsáveis nenhuma proposta de melhorias. Após a realização das vistorias, são efetuados autos de vistoria para cada um dos veículos inspecionados, no qual constam as objeções a fazer às condições da viatura em questão. Neste caso, foram realizados 13 autos de vistoria, um para cada viatura vistoriada nesse dia. Apresento abaixo um dos autos de vistoria realizados na CMBeja:

Imagem 1 - Auto de vistoria a uma viatura de transporte e venda de pão e afins.

Esta foi uma atividade bastante enriquecedora para mim, pois já tinha participado em várias vistorias, mas nunca tinha efetuado uma a este tipo de viaturas destinadas ao transporte e venda de pão e afins. Foi uma nova experiência que me permitiu aprender mais sobre a temática da venda ambulante, uma temática que nunca tinha abordado anteriormente. Toda a experiência tornou-se muito mais apelativa devido ao apoio prestado pela minha colega Carina e pela Médica Veterinária Municipal Dr.ª Linda Rosa.

Brevemente irei estar de volta com novas atualizações ao blogue, referentes às atividades realizadas no decorrer das semanas seguintes, as quais foram dedicadas à preparação para as vistorias aos estabelecimentos de restauração e bebidas da Ovibeja.

Até Breve.


Fontes:

Câmara Municipal de Beja. Regulamentos - Mercados, Feiras e Venda Ambulante - http://www.cm-beja.pt/portal/page?_pageid=73,46181&_dad=portal&_schema=PORTAL&conteudos_genericos_qry=BOUI=46071

Diário da República, Decreto-Lei nº 65/92 de 23 de Abril - http://dre.pt/pdf1sdip/1992/04/095A00/18961897.pdf

Diário da República, Decreto-Lei nº 275/87 de 4 de Julho - http://dre.pt/pdf1sdip/1987/07/15100/26172617.pdf

Diário da República, Decreto-Lei nº 286/86 de 6 de Setembro - http://dre.pt/pdf1sdip/1986/09/20500/24542458.pdf

Portal da Saúde Pública. Saúde Ambiental, Restauração / Padarias - http://www.saudepublica.web.pt/06-saudeambiental/065-Restauracao/padarias.htm#Pão




sábado, 21 de abril de 2012

Quinta semana - de 26 a 30 de Março


Caros leitores, estou de volta para vos colocar a par e passo sobre os acontecimentos e atividades realizadas no decorrer de mais uma semana de estágio na CMBeja. Nesta quinta semana de estágio, fez um mês desde o início do estágio e para mim, pessoalmente, parece que o tempo passou muito rápido e penso que isso seja um bom sinal, pois significa que estou a gostar bastante do trabalho que estou a desempenhar, bem como do local e das pessoas que me rodeiam diariamente neste local de estágio que tão bem me acolheu.
No decorrer desta semana de estágio, eu e a minha colega Carina Guerreiro, realizámos duas vistorias, uma sanitária e outra de controlo com a Médica Veterinária Municipal, a Dr.ª Linda Rosa. Estas vistorias foram realizadas a dois locais completamente distintos: um canil e uma queijaria. Contudo, as vistorias tinham intuitos diferentes, pois a vistoria ao canil foi efetuada para posteriormente ser emitido um parecer relativamente ao seu licenciamento e a vistoria à queijaria foi uma vistoria periódica de controlo. De seguida faço um enquadramento sobre cada um dos casos e passo a explicar o que se sucedeu em cada uma das vistorias realizadas.

Vistoria ao Canil
Antes de passar a expor a vistoria efetuada ao canil, torna-se relevante passar a explicar o que se entende por animais de companhia e quais são as condições necessárias para o seu alojamento.

Segundo a legislação vigente, os animais de companhia (animais de estimação) são todos os animais detidos pelo homem no seu lar para sua companhia e entretenimento, sendo por isso um conceito muito abrangente que não inclui apenas os animais de companhia mais comuns como os cães e os gatos. Deste modo, as normas e regulamentos de proteção dos animais de companhia são descritos no Decreto-Lei nº 276/2001, de 17 de Outubro, com as alterações impostas pelo Decreto-Lei nº 315/2003, de 17 de Dezembro, referente às normas de bem-estar dos animais de companhia. Posto isto, quando se fala de canis ou gatis, é fundamental fazer referência às condições de licenciamento das instalações, pois foi precisamente devido ao requerimento de uma vistoria sanitária a um canil a fim de ser emitido parecer para o seu licenciamento por parte do proprietário, que nos levou a efetuar essa vistoria juntamente com a Dr.ª Linda Rosa, a quem foi dirigido o requerimento.

De acordo com o disposto no artigo 3º do Decreto-Lei nº 315/2003, de 17 de Dezembro, os alojamentos para animais de companhia sem fins lucrativos não necessitam de licença de funcionamento. Contudo, de acordo com o “Guia de Orientação para o Licenciamento de Alojamentos de Animais de Companhia” da Direção Geral de Veterinária (DGV), existem situações excecionais referentes à necessidade de licenciamento, como é o caso encontrado na vistoria em questão. Este é considerado um caso especial pois apesar de ser um alojamento sem fins lucrativos, tratava-se de uma detenção de matilhas de caça numerosas, e nesta situação já se encontra sujeita a licenciamento e requisitos adicionais, sob parecer do Médico Veterinário Municipal, que neste caso é a Dr.ª Linda Rosa. Após a vistoria, no caso do parecer emitido ser favorável, é de seguida emitida a licença de funcionamento por parte do Diretor-Geral de Veterinária sob parecer da Direção dos Serviços Veterinários das Regiões (DSVR). No entanto, após a vistoria ao canil em questão, o parecer emitido foi desfavorável devido ao incumprimento de inúmeras situações impostas por lei, tais como o número de animais por cela, a inexistência de celas semicirculares para animais perigosos, as condições de drenagem, as condições gerais da estrutura, entre muitas outras que não irei enumerar de modo a não tornar a leitura demasiado extensa. Deste modo, devido às situações de incumprimento, o proprietário deve passar a respeitar e satisfazer os seguintes requisitos abaixo mencionados, de forma a garantir o licenciamento do canil:

  • No alojamento de cães em centros de recolha oficiais e alojamento sem fins lucrativos, individualmente ou em grupo, os animais têm de ter, no mínimo, espaço suficiente para estarem de pé, deitados, para se virarem e sentarem normalmente;

(Anexo VII, artigo 4º, alínea g), g.1) e g.2), do Decreto-Lei nº 315/2003 de 17 de Dezembro)

  • Os recintos com dimensões de 1,50m x 3m não podem alojar mais de dois cães de raça média ou grande ou três cães de raça pequena;

(Anexo VII, artigo 4º, alínea g.2), do Decreto-Lei nº 315/2003 de 17 de Dezembro)

  • Todos os alojamentos destes animais devem dispor de espaço adequado às necessidades fisiológicas e etológicas dos animais, de forma a permitir a prática de exercício físico adequado, a fuga e o refúgio de animais sujeitos a agressão por parte de outros;

(Capitulo II, artigo 8º, pontos 1 e 2, do Decreto-Lei nº 315/2003 de 17 de Dezembro)

  • Os alojamentos referidos devem possuir uma área de recreio para os animais coberta ou descoberta;

(Capitulo III, artigo 25º, ponto 4, do Decreto-Lei nº 315/2003 de 17 de Dezembro)

  • As instalações devem estar equipadas de acordo com as necessidades específicas dos animais, nomeadamente camas ou ninhos e locais para a sua higienização;

(Capitulo II, artigo 8º, ponto 5, do Decreto-Lei nº 315/2003 de 17 de Dezembro)

  • As fêmeas em período de incubação, de gestação ou com crias devem ser alojadas de forma a assegurarem a sua função reprodutiva natural em situação de bem-estar, ou seja, em alojamentos isolados dos restantes animais;

(Capitulo II, artigo 8º, ponto 3, do Decreto-Lei nº 315/2003 de 17 de Dezembro)

  • Os animais doentes ou lesionados devem ser isolados em instalações adequadas;

(Capitulo II, artigo 16º, ponto 4, do Decreto-Lei nº 315/2003 de 17 de Dezembro)

  • O canil deve possuir pelo menos duas celas semicirculares para isolamento e quarentena de animais suspeitos de raiva e ou perigosos;

(Artigo 11º, ponto 2, do Decreto-Lei nº 314/2003 de 17 de Dezembro)
  • Os comedouros e bebedouros para os animais devem estar disponíveis em número suficiente de forma a satisfazerem as suas necessidades, sem que haja competição excessiva entre eles;

(Capitulo II, artigo 12º, ponto 3, do Decreto-Lei nº 315/2003 de 17 de Dezembro)

  • Os animais devem dispor de água potável;

(Capitulo II, artigo 12º, ponto 6, do Decreto-Lei nº 315/2003 de 17 de Dezembro)

  • Os alimentos devem ser armazenados e preparados em locais secos, limpos, livres de agentes patogénicos e produtos tóxicos. Estes não devem estar em contacto direto com o pavimento, devem ser acondicionados em estrados ou prateleiras;

(Capitulo II, artigo 12º, ponto 4, do Decreto-Lei nº 315/2003 de 17 de Dezembro)

  • Os medicamentos devem ser armazenados em local isolado e identificado;

(Capitulo II, artigo 16º, ponto 5, do Decreto-Lei nº 315/2003 de 17 de Dezembro)

  • Garantir a existência de um correto e eficiente sistema de drenagem das águas sujas.

(Capitulo II, artigo 14º, ponto 3, do Decreto-Lei nº 315/2003 de 17 de Dezembro)

Após a vistoria, a Dr.ª Linda Rosa levou-nos ao Canil/Gatil Intermunicipal da Amalga (CAGIA), com o objetivo de nos mostrar um canil devidamente licenciado que cumpre todos os requisitos impostos por lei mencionados acima. Na breve visita a este canil foi possível perceber como funciona um canil/gatil corretamente legalizado e que apresenta ótimas condições de bem-estar geral animal. Pessoalmente, gostei bastante de realizar esta vistoria e de seguida ir visitar o CAGIA pois permitiu-me fazer uma comparação entre um canil que cumpre todos os requisitos legais e um que no geral não apresentava as condições mínimas para garantir o seu devido funcionamento, bem como o bem-estar animal.

Vistoria à queijaria
Como foi referido anteriormente, foi realizada uma vistoria periódica de controlo a uma queijaria onde é produzido queijo de ovelha com leite proveniente de Vale de Açor, com o intuito de verificar se as condições higio-sanitárias do local continuam satisfatórias e de acordo com as condições impostas por lei. No caso de ser identificada alguma situação de inconformidade, esta deve ser corrigida o mais rápido possível de forma a não colocar em risco o processo produtivo do queijo, nem a saúde e bem-estar dos consumidores, pois a qualidade, higiene e segurança alimentar é cada vez mais uma preocupação crescente por parte dos consumidores, bem como da Indústria Alimentar.

Deste modo, com o objetivo de produzir produtos de boa qualidade que não afetem a saúde dos consumidores, o fabrico de queijo e todo o seu processo produtivo está sujeito a regras especificas que devem ser cumpridas sempre por parte dos trabalhadores. Estas regras são fulcrais para garantir a produção de um queijo de boa qualidade e abrangem todas condições de higiene da produção de queijo, bem como o controlo do processo de fabrico até à expedição do produto final. Assim sendo, torna-se fundamental que sejam implementados códigos de boas práticas nas queijarias e que sejam cumpridas as condições de higiene dos géneros alimentícios de origem animal descritas no Decreto-Lei nº 113/2006, de 12 de Junho que transpõe para a ordem jurídica nacional os Regulamentos (CE) nº 852/2004 e nº 853/2004, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de Abril. Neste sentido, de modo a garantir o cumprimento das condições de higiene dos géneros alimentícios, é necessário que os trabalhadores tenham formação em HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Points), pois os alimentos podem ser contaminados durante o seu processamento devido ao funcionamento irregular ou má higienização dos equipamentos, espaços de produção e má higiene pessoal dos trabalhadores. O HACCP é um sistema de análise de perigos e controlo de pontos críticos que tem por objetivo garantir a segurança e salubridade dos alimentos produzidos, identificando os perigos específicos no decorrer das fases do processo produtivo, e tentando eliminá-los.

As queijarias não devem comunicar com nenhuma casa de habitação, nem sala de ordenha de modo a assegurar que não ocorrem contaminações do leite, nem do queijo que irá ser produzido. É igualmente importante que as queijarias tenham implementado o sistema de HACCP e controlo de pragas e roedores, bem como ter em atenção a circulação do ar proveniente das janelas, de modo a evitar a entrada de ar contaminado para o interior da queijaria. As instalações da queijaria devem dispor dos espaços mínimos exigidos para um correto funcionamento, tais como:
  • Zona de receção do leite;
  • Sala de fabrico:
  • Sala de cura;
  • Zona de expedição do produto acabado,
  • Instalações Sanitárias.
O circuito do leite é também extremamente importante, pois este circuito deve ser devidamente ordenado desde a entrada do leite na queijaria até à expedição do queijo, de modo a que o leite que dá entrada na queijaria nunca entre em contacto com o produto acabado, pois em caso de contacto pode existir contaminação do produto. Para além dos cuidados a ter no circuito de leite, é igualmente importante que exista um apertado controlo da qualidade do processo produtivo do leite em todas as suas fases, sendo elas:

  • Receção e armazenamento do leite (refrigeração);
  • Pasteurização;
  • Preparação do coalho/coagulação;
  • Corte e agitação da coalhada;
  • Dessoramento e lavagem da coalhada;
  • Moldagem;
  • Prensagem;
  • Maturação/cura,
  • Rotulagem e embalamento;
  • Conservação (refrigeração),
  • Distribuição.
É relevante referir que devem ser cumpridas todas as boas práticas de fabrico do queijo, bem como da rotulagem do produto acabado, de acordo com o Decreto-Lei nº 560/99, de 18 de Dezembro. Todas as boas práticas referentes à higiene pessoal dos trabalhadores são também extremamente importantes, pois os manipuladores de alimentos podem contaminá-los caso não mantenham um elevado grau de higiene pessoal. Contudo, a contaminação pode também ser feita através dos equipamentos e utensílios como foi referido anteriormente, deste modo estes devem ser construídos em materiais que não apresentem perigo para a produção do queijo e devem ser devidamente lavados e desinfetados pelos trabalhadores. Ao proceder à limpeza e desinfeção dos equipamentos, os trabalhadores devem ter sempre em atenção a sua segurança pessoal, apesar das entidades patronais serem obrigadas a garantir a segurança e proteção dos trabalhadores contra eventuais acidentes que possam decorrer no local de trabalho, de acordo com o descrito na Portaria nº 53/71, de 3 de Fevereiro com as alterações impostas pela Portaria nº 702/80, de 22 de setembro.

Após esta dissertação sobre as características das queijarias, processo produtivo do queijo e todas as outras informações pertinentes para uma correta e total compreensão da temática em questão, passo a explicar como decorreu a vistoria de controlo realizada em conjunto com a Dr.ª Linda Rosa. Durante a vistoria foi possível verificar as condições das várias áreas da queijaria tais como: zona de receção e expedição (hermeticamente fechado), zona de fabrico, sala de refrigeração e pasteurização (atualmente utilizada como arrecadação), sala de lavagem de bilhas, câmaras de 1ª/2ª/3ª fase, câmara de refrigeração, cozinha para uso pessoal e instalações sanitárias separadas por sexo. As instalações apresentavam no geral boas condições higio-sanitárias, com todas as zonas do processo produtivo do queijo devidamente identificadas e separadas fisicamente, deste modo as únicas situações de incumprimento identificadas foram as seguintes:
  • Incorreta utilização dos equipamentos de proteção individuais (EPI’s);
  • Pavimento danificado na sala de fabrico,
  • Existência de bens pessoais na sala de fabrico.

Espero que esta exposição sobre a vistoria sanitária ao canil e vistoria de controlo à queijaria, tenham sido esclarecedoras e tenham contribuído para uma melhor compreensão da sua importância em termos de saúde pública. Aviso desde já, estimados leitores, que a próxima publicação que irei fazer no blogue será referente à sétima semana de estágio e não referente à sexta semana, pois nessa semana foi a semana de férias da páscoa e como tal, não houve estágio. Continuem a acompanhar o blogue, em breve farei uma nova atualização.



Fontes:

Canil/Gatil Intermunicipal da Amalga - http://www.cagia.com.pt/

Diário da República, Decreto-Lei nº 113/2006, de 12 de Junho - http://dre.pt/pdf1sdip/2006/06/113A00/41434148.pdf

Diário da República, Decreto-Lei nº 276/2001, de 17 de Outubro - http://dre.pt/pdf1sdip/2001/10/241A00/65726589.pdf

Diário da República, Decreto-Lei nº 314/2003, de 17 de Dezembro - http://dre.pt/pdf1sdip/2003/12/290A00/84448449.pdf

Diário da República, Decreto-Lei nº 315/2003, de 17 de Dezembro - http://dre.pt/pdf1sdip/2003/12/290A00/84498473.pdf

Diário da República. Decreto-Lei nº 560/99 de 18 de Dezembro - http://dre.pt/pdf1sdip/1999/12/293A00/90499059.pdf

Diário da República, Portaria nº 53/71 de 3 de Fevereiro - http://dre.pt/pdf1sdip/1971/02/02800/00980118.pdf

Diário da República, Portaria nº 702/80 de 22 de Setembro - http://dre.pt/pdf1sdip/1980/09/21900/28492856.pdf



Direção Geral Veterinária. “Guia de Orientação para o Licenciamento de Alojamentos de Animais de Companhia”. (2007).Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas.

Eur-Lex. Acesso ao Direito da União Europeia, Regulamento (CE) nº 852/2004, de 29 de Abril - http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2004:139:0001:0054:PT:PDF

Eur-Lex. Acesso ao Direito da União Europeia, Regulamento (CE) nº 853/2004, de 29 de Abril - http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2004:139:0055:0205:PT:PDF

Manual de Boas Práticas de Fabrico em Queijarias Tradicionais - http://www.esac.pt/noronha/CV/livros/Manual%20queijarias_%20final.pdf
Portal HACCP. Portal de Segurança Alimentar - http://www.segurancalimentar.com