A primeira semana de estágio, à semelhança do que aconteceu no estágio do semestre passado, foi uma semana recheada de espectativa, entusiasmo, adrenalina e algum nervosismo, pois trata-se de um novo local de estágio, onde irão ser realizadas tarefas completamente distintas das executadas anteriormente no serviço de saúde pública. Contudo, o nervoso miudinho desapareceu rapidamente devido ao facto de não estar a realizar estágio sozinha pois nesta nova etapa conto com o companheirismo da minha amiga e colega de turma Carina Guerreiro, com a qual tenho a certeza que irei formar uma excelente equipa de trabalho. Deste modo, fomos ambas recebidas de uma forma muito carinhosa e acolhedora por parte de todos os trabalhadores da Divisão de Serviços Urbanos, especialmente pela nossa tutora de estágio, a Engª Cláudia Videira que prontamente passou a explicar quais as áreas e as atividades que iremos abordar e realizar ao longo do nosso estágio e que se mostrou completamente disponível para nos esclarecer quaisquer dúvidas que eventualmente possam surgir no desenvolvimento destas atividades.
Posto isto, a Engª Cláudia informou-nos que o site da Câmara Municipal de Beja se encontra em atualizações e que era necessário fazer alguma pesquisa para posteriormente se proceder à realização de textos informativos para colocar no site sobre biodiversidade, zonas e espécies protegidas e qualidade do ar. Assim, após recebermos esta tarefa, eu e a minha colega Carina colocamos mãos ao trabalho e prontamente passámos à pesquisa de modo a adquirir informação relevante sobre estes temas que são de extrema importância para o ambiente bem como para a qualidade de vida da população. De seguida, apresento alguma informação relevante sobre estes temas.
Biodiversidade:
A proteção do meio ambiente, bem como da saúde da população é cada vez mais uma prioridade na sociedade atual, sendo por isso necessário que sejam feitos esforços que visem garantir um desenvolvimento sustentável que salvaguarde a biodiversidade. Esta é sinónimo de variedade biológica, pois abrange uma vasta diversidade de organismos vivos num ambiente espacial, sejam eles espécies, genes ou ecossistemas. Deste modo, o Decreto-Lei nº 142/2008, de 24 de Julho estabelece o regime jurídico da conservação da natureza e da biodiversidade, uma vez que a biodiversidade contribui não só para o bem-estar humano, como também é considerada património natural e cultural de cada território, sendo por isso extremamente importante que a nossa sociedade contribua para a sua preservação pois a perda sistemática de biodiversidade acarreta consequências gravíssimas para a nossa geração, bem como para as futuras.
As alterações verificadas nos habitats naturais, são maioritariamente derivadas do uso excessivo de recursos naturais através da exploração desmesurada das florestas, rios e solos, da poluição, da construção, da produção agrícola e das alterações climáticas. Posto isto, é importante sublinhar que para tirar partido da biodiversidade de uma forma sustentável, é necessário usar os recursos naturais a uma taxa que permita à natureza renová-los. É no seguimento desta preocupação que surge a Pegada Ecológica, cujo objetivo é fazer uma estimativa da quantidade de recursos naturais que utilizamos para suportar o nosso estilo de vida, com o intuito de avaliar de que forma as atividades habituais do nosso quotidiano estão de acordo com a capacidade da natureza renovar os seus recursos naturais.
As alterações verificadas nos habitats naturais, são maioritariamente derivadas do uso excessivo de recursos naturais através da exploração desmesurada das florestas, rios e solos, da poluição, da construção, da produção agrícola e das alterações climáticas. Posto isto, é importante sublinhar que para tirar partido da biodiversidade de uma forma sustentável, é necessário usar os recursos naturais a uma taxa que permita à natureza renová-los. É no seguimento desta preocupação que surge a Pegada Ecológica, cujo objetivo é fazer uma estimativa da quantidade de recursos naturais que utilizamos para suportar o nosso estilo de vida, com o intuito de avaliar de que forma as atividades habituais do nosso quotidiano estão de acordo com a capacidade da natureza renovar os seus recursos naturais.
Figura 1 - Dicas sobre como preservar a biodiversidade. |
Zonas Protegidas:
As áreas protegidas podem ter âmbito nacional, regional ou local, consoante os interesses que pretendem proteger, deste modo são classificadas como área protegida, todas as áreas terrestres, as águas interiores e marítimas em que a biodiversidade ou outras ocorrências naturais apresentem uma relevância que justifique e demande medidas específicas de conservação e gestão que visem a promoção da gestão racional dos recursos naturais e a valorização do património natural, de acordo com o descrito no Decreto mencionado acima. Esta classificação visa conceder-lhe um estatuto legal de proteção que assegure a conservação da biodiversidade, existindo 5 tipologias de áreas protegidas, nomeadamente: Parque Natural, Parque Nacional, Paisagem Protegida, Reserva Natural e Monumento Natural.
No distrito de Beja localiza-se um dos 14 Parques Naturais de Portugal, o Parque Natural do Vale do Guadiana, criado pelo Decreto Regulamentar nº 28/95, de 18 de Novembro. Este Parque abrange os concelhos de Serpa e Mértola, tendo uma área de aproximadamente 69.773 ha e possui uma biodiversidade rica que contém uma grande variedade de fauna (mais de 16 espécies de peixes) e flora, incluindo os grandes cursos de água, matos, montados, afloramentos rochosos e elevações quártzicas. É uma área protegida que contém paisagens naturais bem como uma grande diversidade de animais, pelo que a lei garante que sejam tomadas medidas que garantam a sua defesa, conservação, manutenção e valorização da diversidade ecológica que é tão importante para a natureza.
Figura 2 - Parque Natural do Vale do Guadiana.
Espécies Protegidas:
As espécies protegidas são muitas vezes as espécies raras ou em vias de extinção, cuja quantidade de animais dessa espécie é muito reduzida, sendo por isso estritamente proibido contribuir para o seu desaparecimento intencional, contudo alguns fatores como a poluição proveniente da atividade humana e a destruição da natureza que serve de habitat para estas espécies, continua a acontecer atualmente. Posto isto, torna-se relevante mencionar que uma das espécies de aves que mais se observam não só na nossa região do Alentejo, mas também em todo o país é a espécie das andorinhas-dos-beirais.
Figura 3 - Andorinha-dos-beirais e o seu ninho.
Estas aves são migratórias e constroem os seus ninhos nos beirais das habitações das zonas urbanas, sendo por isso muitas vezes fonte de transtorno e desagrado por parte dos habitantes. Todavia, esta espécie é protegida por lei em Portugal, e de acordo com o Decreto-Lei nº 140/99
de 24 de Abril, que transpõe a Directiva da CEE nº 79/409 de 2 de Abril, é proibido destruir ou danificar os ninhos que estas aves constroem junto das habitações e apesar do incómodo causado, estas aves são importantes para manter o equilíbrio no nosso ecossistema pois alimentam-se maioritariamente de moscas e certos insetos que provocam grandes pragas na agricultura. Assim sendo, é necessário que a população aprenda a viver em harmonia com esta ave protegida por lei.
Contudo, existe outra ave que também causa um grande transtorno para os habitantes de zonas urbanas: os pombos. É comum encontrarmos estas aves neste tipo de zonas, contudo, a sua reprodução desmesurada tem efeitos nocivos para a saúde pública, bem como para o ambiente. Esta quantidade excessiva de pombos deve-se ao facto da população ter o mau hábito de alimentar estas aves com pão e milho pois o seu ciclo reprodutivo é regulado pela disponibilidade de alimentos, e à existência de locais (calhas, varandas, terraços indevidamente limpos) que funcionam como abrigos favoráveis à nidificação. A abundância de pombos pode trazer consequências prejudiciais à saúde da população (ver Figura 4), mas podemos prevenir que estas aves continuem a aparecer em excesso através de algumas medidas, tais como:
Figura 4 - Consequências da quantidade excessiva de pombos em zonas urbanas.
Qualidade do Ar:
Quando falamos em qualidade do ar estamos a referir-nos ao grau de poluição existente no ar que respiramos. A poluição do ar é a introdução direta ou indireta de poluentes na atmosfera pelo Homem, ou seja, significa a presença na atmosfera de um ou mais contaminantes tais como poeiras, fumos, gases, ou vapores em quantidades que possam ser nocivas para a vida humana e que possam causar danos aos recursos biológicos e ecossistemas. Os principais poluentes constituintes do índice de qualidade do ar são: o monóxido de carbono (CO), o dióxido de azoto (NO2); o dióxido de enxofre (SO2); o o ozono (O3) e as partículas finas ou inaláveis (PM10). Estes podem ter origem no tráfegoautomóvel, na atividade industrial, em aterros sanitários e em processos agrícolas. São diversas as consequências da poluição atmosférica, tendo impacte para o ambiente e para a saúde humana, tais como: a degradação acentuada da qualidade do ar, danos para a saúde pública bem como para os ecossistemas, deterioração da camada do ozono estratosférico e aquecimento global/alterações climáticas. Posto isto, é necessário agir de acordo com o Decreto-Lei n.º 102/2010, de 23 de Setembro, e com as normas e as orientações da Organização Mundial de Saúde, destinados a preservar a qualidade do ar quando esta é boa e melhorá-la caso contrário. Deste modo, podemos cumprir algumas medidas que contribuem para melhorar a qualidade do ar, tais como: utilizar os transportes coletivos em vez do transporte individual, andar a pé quando pretendemos percorrer pequenas distâncias, praticar uma condução a velocidades moderadas e manter uma boa manutenção do veículo para reduzir a quantidade de emissão de gases para a atmosfera.
Para além da qualidade do ar exterior, é também extremamente importante garantir uma boa qualidade do ar interior, pois presentemente, as pessoas passam cada vez mais tempo em ambientes interiores quer seja em casa, na escola ou no local de trabalho. Neste ambientes também existem diversas fontes de poluição do ar, tais como a ventilação insuficiente ou inadequada renovação de ar, a existência e utilização constante de equipamentos e materiais poluentes. Assim sendo, é imprescindível adotar algumas medidas que contribuam para melhorar a qualidade do ar interior:
Deste modo, se as medidas aconselhadas forem cumpridas, podemos contribuir não só para a redução da deterioração da qualidade do ar, como também para a garantia de uma boa qualidade do ar e consequentemente, uma boa qualidade de vida. É importante também referir que existem várias estações de medição da qualidade do ar em Portugal, existindo 6 no Alentejo (5 no Alentejo Litoral e 1 no Alentejo Interior). Confira aqui a qualidade do ar medida no estação mais próxima da cidade de Beja: http://www.qualar.org/index.php?page=2.
Continuem atentos ao meu blog, pois em breve irei continuar as atualizações e irei publicar as atividades realizadas ao longo da segunda e terceira semana de estágio.
Fontes:
Agência Portuguesa do Ambiente. QualAr – Base de Dados On-line sobre Qualidade do Ar - http://www.qualar.org
Câmara Municipal de Beja - http://www.cm-beja.pt/
Diário da República,
Decreto-Lei nº 140/99, de 24 de Abril -http://dre.pt/pdf1sdip/1999/04/096A00/21832212.pdf
Diário da República, Decreto-Lei nº 142/2008, de 24 de Julho - http://dre.pt/pdf1sdip/2008/07/14200/0459604611.pdf
Diário da República, Decreto-Lei nº 102/2010, de 23 de Setembro - http://dre.pt/pdf1sdip/2010/09/18600/0417704205.pdf
Diário da República, Decreto Regulamentar nº 28/95, de 18 de Novembro - http://dre.pt/pdf1sdip/1995/11/267B00/71117113.pdf
Eur-Lex. Acesso ao Direito da União Europeia, Directiva (CEE) nº79/409, de 2 de Abril - http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=DD:15:02:31979L0409:PT:PDF
Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade - http://portal.icnb.pt/ICNPortal/vPT2007/Homepage.htm
Parque Natural do Vale do Guadiana - http://portal.icnb.pt/ICNPortal/vPT2007-AP-ValeGuadiana?res=1280x800
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